As autoridades chinesas anunciaram recentemente a autorização de 183 empresas brasileiras de café para fins de exportação para o país. De acordo com um anúncio nas redes sociais pela Embaixada da China no Brasil, as medidas entraram em vigor no dia 30 de Julho, com uma validade de cinco anos. Trata-se do maior número de empresas brasileiras de café num único lote autorizadas, até à data, para exportação para a China.

De acordo com os dados estatísticos do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nos sete primeiros meses de 2025, as exportações de café desse país lusófono para a China totalizaram 571.866 sacas de 60 quilos unitários. No período em referência, a nação asiática ocupou a 11.ª posição na lista dos maiores compradores de café brasileiro, em termos de volume.

Segundo o Presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, os produtores brasileiros estão a observar “atentamente o potencial de crescimento do consumo chinês”. O responsável afirmou, num comunicado emitido pela organização, que o anúncio de novas medidas de exportação, parte das quais envolvendo empresas já com presença naquele mercado, “é positivo do ponto de vista de desburocratização”. Mário Ferreira referiu que a Cecafé espera agora que o volume das exportações para a China “siga ocorrendo de forma natural” ao longo dos próximos anos, “dado o aumento de interesse por parte do consumidor”.

Vários especialistas do sector notam que os produtores brasileiros de café poderão ser exigidos a redireccionar parte da produção para além dos Estados Unidos da América, enquanto principal mercado, face à imposição de tarifas norte-americanas sobre o produto. Isso deverá exigir “agilidade logística e estratégia comercial para mitigar os prejuízos à cadeia produtiva nacional”, segundo investigadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, citados pela Agência Brasil.