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Secretariado Permanente organizou o 11.º Fórum de Cooperação em Infra-estruturas entre a China e os Países de Língua Portuguesa
Tempo de liberação:2025-08-14
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Realizado fórum paralelo sobre cooperação em infra-estruturas entre a China e os Países de Língua Portuguesa

Realizou-se no dia 11 de Junho, em Macau, o 11.º Fórum de Cooperação em Infra-estruturas entre a China e os Países de Língua Portuguesa, organizado pelo Secretariado Permanente do Fórum de Macau, com o apoio da Associação dos Construtores Civis Internacionais da China e do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM) da Região Administrativa Especial de Macau.


Realizado à margem do 16.º Fórum e Exposição Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas (IIICF, na sigla em inglês), o referido fórum temático também teve lugar no Centro de Convenções e Exposições do Hotel Venetian Macao, também em Macau. 


Centrado no tema do “Desenvolvimento de Alta Qualidade da Cooperação em Infra-estruturas entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, o evento visou promover um contínuo desenvolvimento na cooperação em infra-estruturas entre o Interior da China, Macau e os países lusófonos, através do reforço da aplicação de tecnologias verdes, digitais e inteligentes.


O Secretário-Geral do Secretariado Permanente do Fórum de Macau, Ji Xianzheng, o Presidente da Associação dos Construtores Civis Internacionais da China, Fang Qiuchen, e o Presidente do IPIM, Vincent U, proferiram discursos na abertura do Fórum de Cooperação. Na ocasião, discursaram ainda o Coordenador Executivo do Gabinete de Reformas e Projectos Estruturantes da Presidência de Moçambique, João Osvaldo Machatine, e o Vice-Presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês de Jiangsu, Yang Yue.


A sessão contou com mais de 140 participantes, incluindo representantes de departamentos dos Governos do Interior da China e de Macau, governantes dos Países de Língua Portuguesa e cônsules-gerais desses países acreditados em Macau, representantes de empresas do Interior da China, dos Países de Língua Portuguesa e de Macau, bem como dos membros do Secretariado Permanente do Fórum de Macau.

Aperfeiçoar o comércio bilateral

No seu discurso, Ji Xianzheng assinalou que o “Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial (2024-2027)”, assinado, em Abril do ano passado, na 6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, reiterou as principais áreas de cooperação no sector das infra-estruturas, incluindo transportes, comunicações, energia eléctrica, recursos hídricos, entre outras, manifestando o apoio à participação das empresas dos países participantes do Fórum de Macau em projectos de construção através de diversos modelos, como integração de investimento, construção e operação.


O Secretário-Geral adiantou que a construção de infra-estruturas poderá impulsionar efectivamente o comércio de bens e serviços e o intercâmbio de pessoas, sublinhando que o referido Plano de Acção destacou ainda o compromisso contínuo dos países participantes do Fórum de Macau em promover em conjunto a construção de um melhor sistema de comércio multilateral, no sentido de impulsionar o desenvolvimento da globalização económica. 


Ji Xianzheng destacou ainda que actualmente a cooperação económica e comercial entre a China e os países lusófonos continua a crescer, alcançando, em 2024, um volume de comércio superior a 225 mil milhões de dólares americanos. Paralelamente, o investimento chinês nos Países de Língua Portuguesa atingiu 80 mil milhões de dólares americanos, enquanto o volume das receitas acumuladas das empreitadas concluídas atingiu 140 mil milhões de dólares americanos. O índice de desenvolvimento de infra-estruturas dos países lusófonos subiu para 125 pontos, mantendo um crescimento contínuo pelo quarto ano consecutivo e apresentando uma tendência positiva de desenvolvimento e boa perspectiva de cooperação.

Aprofundar o debate

O primeiro painel de discussão foi liderado por Ambrose So Shu Fai, Director-Geral do Fórum Internacional de Energia Limpa (Macau), que contou com a participação dos seguintes oradores: o Ministro de Energia e Água de Angola, João Baptista Borges; o Ministro das Infra-estruturas, Ordenamento do Território e Habitação de Cabo Verde, Victor Coutinho; e o Ministro dos Transportes e Logística de Moçambique, João Jorge Matlombe. 


O painel abordou temas como os projectos de cooperação em matéria de infra-estruturas sustentáveis para os países lusófonos no contexto do desenvolvimento da economia verde, economia digital e inteligência artificial, bem como as oportunidades de cooperação futura e a promoção conjunta de uma melhor transição verde, digital e inteligente na cooperação de infra-estruturas.


O segundo painel foi conduzido por Ho Wai Yip, membro do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Macau, com a participação de vários oradores: o Director-Geral da Empresa de Gestão do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento China–Países de Língua Portuguesa, Zhang Jian; o Presidente da CRSC International Holdings Co., Ltd., Zhang Jingfang; o Director-Geral do Sector de Energia e Infra-estruturas, Ásia, Standard Bank Group, Li Wei; e o Vice-Presidente Sénior e Vice-Presidente do Comité de Tecnologia de New H3C Group, Liu Xinmin.


O painel debateu as vantagens acumuladas baseadas na experiência das empresas chinesas empenhadas em transição verde, digital e inteligente e a sua aplicação em projectos de cooperação com os Países de Língua Portuguesa no sector das infra-estruturas. Outros temas em destaque incluíram discussões sobre riscos que merecem atenção, modelos de cooperação e canais de financiamento, perspectivando a futura cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa no domínio das infra-estruturas sustentáveis.


No âmbito do 16.º IIICF, o Secretariado Permanente organizou também uma exposição temática sobre os resultados da cooperação em infra-estruturas entre a China e os Países de Língua Portuguesa, apresentando os projectos de sucesso e as oportunidades de investimento. À margem do evento, o “Colóquio sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas entre a China e os Países de Língua Portuguesa” proporcionou uma plataforma eficaz para a troca de experiências e a promoção de cooperação pragmática.

IIICF a crescer

Segundo dados estatísticos da organização, foram assinados durante a mais recente edição do IIICF, 31 protocolos de cooperação, com um valor a rondar os 10,1 mil milhões de dólares americanos. Os protocolos prevêem a cooperação em domínios como transportes, construção civil, energia eléctrica, recursos hídricos e energias renováveis, em 22 países e regiões, de acordo com um comunicado do IPIM. Cerca de um terço dos projectos assinados envolve empresas dos Países de Língua Portuguesa e de Macau. 


Ao longo dos três dias do evento, foram organizadas mais de 200 sessões de bolsas de contacto, mais de 70 das quais contaram com a presença de empresas de Macau e Hengqin, representando um aumento superior a 30 por cento face ao ano anterior. Os resultados, salienta o IPIM, destacam ainda mais o papel de Macau como plataforma sino-lusófona, bem como os esforços da RAEM na articulação proactiva com as estratégias nacionais de desenvolvimento, sobretudo a construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, e no aproveitamento pleno da iniciativa “Macau + Hengqin”.


O 16.º IIICF reuniu mais de 3.500 peritos e especialistas políticos e empresariais globais do sector das infra-estruturas, oriundos de mais de 70 países e regiões, incluindo cerca de 70 dirigentes de nível ministerial, traduzindo-se num novo recorde em termos de presença de convidados de alto nível. 


Durante o IIICF, foram organizadas mais de 250 actividades complementares, incluindo fóruns temáticos, visitas guiadas à exposição, divulgação de resultados, celebração de protocolos de cooperação, excursão guiada aos bairros comunitários, bolsas de contacto comerciais e actividades de intercâmbio.


No âmbito do evento, no dia 11 de Junho, foram divulgados o “Relatório da Análise do Índice do Desenvolvimento de Infra-estruturas dos Países Abrangidos pela Iniciativa Faixa e Rota (2025)” e o “Relatório de Análise do Índice de Desenvolvimento de Infra-estruturas dos Países de Língua Portuguesa e dos Resultados de Macau na Participação na Implementação Conjunta nos Projectos de Construção Conjunta da Iniciativa Faixa e Rota (2025)”.


Os relatórios visam contribuir para a promoção conjunta e com qualidade da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, potenciando o papel de Macau enquanto “elo de ligação infalível” entre a China e os países lusófonos.


Em particular, o relatório focado nos Países de Língua Portuguesa destaca duas tendências principais, nomeadamente que o índice de desenvolvimento de infra-estruturas dos países lusófonos registou cinco anos consecutivos de crescimento, com um impacto positivo no sector; e que o índice de popularidade do desenvolvimento de infra-estruturas dos países lusófonos aumentou pelo sexto ano consecutivo, com sectores-chave como transporte e logística, engenharia de energia eléctrica e petroquímica, atraindo a atenção de capitais estrangeiros.